quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

CONVITE PARA O LANÇAMENTO DO LIVRO: VIVENDO DO MAR.


Caros amigos, amigas, colegas, professores e pesquisadores
convido a todos para o lançamento do livro de minha autoria

"Vivendo do Mar: modos de vida e de pesca"

no dia 11/12/2009, 10 horas no NAC/UFRN.

Abraços a todos
Winifred Knox

Postagem autorizada.

Cláudio Rogério bolsista do Núcleo NAVIS (DAN).

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

27ª Reunião Brasileira de Antropologia (RBA)

O PPGAS da UFRN estará com uma participação expressiva na próxima ABA, que ocorrerá em Belém, em agosto de 2010. Teremos GTs coordenados por Eliane Tania, Francisca Miller, Luciana Chianca e Carlos Guilherme do Valle, e uma mesa-redonda com a participação de Edmundo Pereira. Depois do esforço para a realização da REA e uma participação também expressiva na RAM em 2009, estaremos também presentes em um dos espaços acadêmicos mais importantes na nossa área.

GT's e Mesas aprovados para 27ª

27a Reunião Brasileira de Antropologia (RBA)
Brasil Plural: Conhecimentos, Saberes Tradicionais e Direitos à Diversidade
1 a 4 de agosto de 2010, Belém – PA

Grupos de Trabalho e Mesas Redondas aprovados

1) Populações Tradicionais, Práticas Sociais e Meio Ambiente


Coordenadores: Francisca de Souza Miller e Márcia Regina Calderipe Farias Rufino
Debatedor: Simone Carneiro Maldonado.
Resumo: Este GT tem por objetivo reunir os pesquisadores que, desenvolvem estudos e pesquisas em e/ou com sociedades e comunidades de pescadores (marinhos, fluviais ou lacustres) e/ou sobre temas que envolvem essa atividade econômica e as relações que ela estabelece com outras esferas da vida social e cultural: sustentabilidade, meio ambiente, políticas de preservação sócio-ambiental e de desenvolvimento, conhecimentos tradicionais, conflitos e formas de mobilização, cultura material, religião, memória, relações de gênero, etc. desejamos, também, estabelecer vínculos entre pesquisadores que se têm dedicado a estudar os mais variados aspectos de um panorama que, vem recebendo uma atenção intermitente por parte das ciências sociais, ao passo que alguns setores das ciências naturais (biologia, oceanografia, ecologia) se voltam para as sociedades da pesca com fortes motivações de conhecimento. Assim, gostaríamos de medir o estado da arte dos estudos antropológicos nesse setor e traçar novas perspectivas de estudo interinstitucionais e interdisciplinares.

2) Corpos, Sexualidades, Identidades Dissidentes: Que Direitos, Quais Desejos

Coordenadores: Carlos Guilherme Octaviano do Valle e Larissa Pelúcio
Resumo: Nas ciências sociais no Brasil, os estudos que tratam das sexualidades dissidentes descolados de leituras patologizantes são recentes. Ainda há muito a debater sobre a ética particular que rege as ações de pessoas cujas vidas são marcadas pela experiência social da abjeção. O sensível aumento da visibilidade das sexualidades dissidentes tais como travestis, crossdressers, transexuais e intersex, evidenciou lutas e disputas sócio-político-culturais bastante variadas. Muitos dos espaços conquistados permanecem ligados à dimensão patológica com poucos avanços relativos à legitimação do desejo enquanto dimensão política, como a legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo. Daí a importância de buscarmos um aprofundamento nos debates sobre a nova ordem corporal e sexual e suas implicações éticas, estéticas e políticas. Assim, propomos um espaço de discussão de pesquisas sócioantropológicas que tratem das formas e modalidades de construção dos corpos por meio de determinados eixos de interpretação: gênero, sexualidade e identidade. A partir de um amplo conjunto de experiências, espera-se promover a discussão e articular as pesquisas que enfoquem a construção cultural e social dos corpos, das sexualidades e das identidades que poderiam ser consideradas dissidentes. Esperamos incentivar o debate sobre a dimensão extremamente relacional e, portanto, política sobre saberes, representações, políticas e identidades corporais e sexuais existentes no Brasil contemporâneo.

3) Festas e Identidades: Processos e Transformações

Coordenadores: Lady Selma Ferreira Albernaz e Luciana Chianca
Debatedor: Luiz Henrique de Toledo
Resumo: Os estudos que relacionam conteúdos simbólicos de festas como mediadores de afirmação de identidade estão se tornando mais frequentes na antropologia e tendem a enfatizar os processos de permanência e transformação dos arranjos das relações sociais, manifestos através das festas. Dessa forma tais estudos permitem dar relevo a conformação de grupos, revelando tensões e disputas, bem como consensos e coalizões em torno de significados e práticas sociais que sustentam a circunscrição desses grupos em seus limites e fronteiras. Partindo disso, novos enfoques tornam-se relevantes para pensar disputas pelo poder e novas posições sociais, ao mesmo tempo em que dão visibilidade à heterogeneidade cultural e social. Estas dimensões interpretativas são freqüentemente subsumidas quando as festas são pensadas a partir de suas configurações internas, no marco da tradição e permanência ao longo do tempo, desconsiderando sua historicidade. Dialogando com e evidenciando os limites e possibilidades desse tipo de estudos, este grupo de trabalho pretende pôr em evidência os processos que sustentam as transformações e tensões mediadas pelas festas, em suas interfaces afirmações de pertencimento e identidade dos grupos sociais, sustentadas, ambiguamente, pela idéia de tradição e permanência.

4) Uma Antropologia do Ciberespaço e no Ciberespaço

Coordenadores: Eliane Tania Freitas e Laura Graziela Figueiredo Fernandes Gomes
Resumo: O grupo de trabalho se propõe a refletir e discutir em dois planos distintos: os aspectos e experiências do ciberespaço e no ciberespaço. No primeiro plano (do ciberespaço) os aspectos operacionais, tecnológicos e cognitivos presentes no consumo das diferentes plataformas online. Por que todo mundo tem orkut? Ou um blog? O que leva as pessoas a investirem mais em algumas plataformas do que em outras? Necessidade, acessibilidade, usabilidade ou moda? No segundo plano (no ciberespaço), discutir fenômenos como as interações sociais que cada uma dessas plataformas promovem suas possibilidades, limites, efeitos sociais. O que seria valorizado, enfatizado em cada uma?
Assim, nosso GT se inscreve no campo de discussões especificamente voltado para uma antropologia do ciberespaço, da cibercultura e do consumo de tecnologias digitais no mundo contemporâneo. Daremos especial ênfase a reflexões originadas de estudos etnográficos, inclusive com a necessária problematizarão da prática de trabalho de campo online e da experiência etnográfica nela implicada. Tratar-se-ia de uma experiência singular, frente a outras etnografia, realizadas offline? Em que medida e em quais aspectos? assim, esperamos que o espaço do GT seja também um espaço para discussões metodológicas no campo da nossa disciplina.
Parabéns a todos pela aprovação das mesas. Depois do esforço para a realização da REA e uma participação também expressiva na RAM em 2009, estarão também presentes em um dos espaços acadêmicos mais importantes na nossa área.
Postado por Cláudio Rogério
Bolsista do Núcleo NAVIS (DAN), UFRN.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009



O Núcleo de Antropologia Visual do Departamento de Antropologia, convida a comunidade acadêmica e os demais interessados em geral da sociedade, para participarem do evento acima com variadas apresentações durante todo o dia. Abaixo consta a programação que terá convidados para integrar os debates conforme as amostras. Bom evento para todos.

PROGRAMAÇÃO
MOSTRA DE FILMES AFRICANOS
20 de novembro de 2009
Horário: 9h
Filme: Negros, a identidade no coração da questão negra (60 min.)
Direção: Agnaud N’Gatcha e Jerome Sesquin
Debatedor (a): Profa. Tânia Lima (Dep. de Letras/UFRN)
Horário: 14h30
Filme: Nha Fala (90 min.)
Direção: Flora Gomes
Debatedores: João Paulo Pinto(PPGAS/UFRN) e William Ferreira Gomes (Dep. de Letras/UFRN)
Horário: 18h30
Lançamento do vídeo-documentário “Capoeiras”.
Direção da Profa. Lisabete Coradini (NAVIS/UFRN).
Horário: 19h
Filme: A Ilha dos Espíritos (60 min.)
Direção: Licínio Azevedo
Debatedores: Marta Gonçalves (Dep. de Letras/UFRN) e Profa. Lisabete Coradini (Dep. de Antropologia/UFRN).
EXPOSIÇÃO “ARTE EM TODA A PARTE” DA ARTISTA PLÁSTICA MARIA FARINHA, NO HALL NO CCHLA/UFRN.
Local: Auditório B do CCHLA/UFRN
Apoio: CCHLA/UFRN

Postado por Cláudio Rogério
Bolsista do Núcleo NAVIS (DAN) UFRN
Colaborador do Evento

segunda-feira, 28 de setembro de 2009



Natal
07-11/out - Auditório SEBRAE 120 lugares - Av. Lima e Silva, 76
Lagoa Nova (84) 3616-7944

07/10 - quarta

13h
MOKOI TEKOA PETEI JEGUATÁ – DUAS ALDEIAS, UMA CAMINHADA - Arial Duarte Ortega, Germano Beñites, Jorge Morinico (Brasil, 63 min, 2008, doc)
DE VOLTA À TERRA BOA - Mari Corrêa, Vincent Carelli (Brasil, 21 min, 2008, doc)
PRÎARA JÕ, DEPOIS DO OVO, A GUERRA - Komoi Paraná (Brasil, 15 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: livre

15h
NUNCA MAIS!!! COCHABAMBA, 11 DE JANEIRO DE 2007 - Roberto Alem (Bolívia, 52 min, 2007, doc)
DAYUMA NUNCA MAIS - Roberto Aguirre Andrade (Equador, 30 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: livre

17h
À MARGEM DO LIXO - Evaldo Mocarzel (Brasil, 84 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: livre

19h
SENTIDOS À FLOR DA PELE - Evaldo Mocarzel (Brasil, 80 min, 2008, doc)
PUGILE - Danilo Solferini (Brasil, 21 min, 2007, fic)
Classificação indicativa: livre

21h - Sessão de abertura
CORUMBIARA - Vincent Carelli (Brasil, 117 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: livre

08/10 - quinta

13h
PRO DIA NASCER FELIZ - João Jardim (Brasil, 88 min, 2006, doc)
Classificação indicativa: livre

15h – Audiodescrição
O SIGNO DA CIDADE - Carlos Alberto Riccelli (Brasil, 96 min, 2007, fic)
* Sessão com audiodescrição para público com deficiência visual
Classificação indicativa: 16 anos

17h
CRUELDADE MORTAL - Luiz Paulino dos Santos (Brasil, 92 min, 1976, fic)
ESTRELA DE OITO PONTAS - Fernando Diniz e Marcos Magalhães (Brasil, 12 min, 1996, fic/ani)
Classificação indicativa: 16 anos

19h
UNIDADE 25 - Alejo Hojiman (Argentina / Espanha, 90 min, 2008, doc)
COCAIS, A CIDADE REINVENTADA - Inês Cardoso (Brasil, 15 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 16 anos

21h – Audiodescrição
NÃO CONTE A NINGUÉM - Francisco J. Lombardi (Peru / Espanha, 120 min, 1998, fic)
* Sessão com audiodescrição para público com deficiência visual
Classificação indicativa: 18 anos

09/10 - sexta

13h
YÃKWÁ, O BANQUETE DOS ESPÍRITOS - Virgínia Valadão (Brasil, 54 min, 1995, doc)
A ARCA DOS ZO’É - Dominique Tilkin Gallois, Vincent Carelli (Brasil, 22 min, 1993, doc)
O ESPÍRITO DA TV - Vincent Carelli (Brasil, 18 min, 1990, doc)
Classificação indicativa: livre

15h
TAMBÉM SOMOS IRMÃOS - José Carlos Burle (Brasil, 85 min, 1949, fic)
Classificação indicativa: livre

17h
O REALISMO SOCIALISTA - Raúl Ruiz (Chile, 52 min, 1973, fic/doc)
AGARRANDO PUEBLO (OS VAMPIROS DA MISÉRIA) - Carlos Mayolo, Luis Ospina (Colômbia, 28 min, 1978, fic)
Classificação indicativa: 16 anos

19h
DEVOÇÃO - Sergio Sanz (Brasil, 85 min, 2008, doc)
PHEDRA - Claudia Priscilla (Brasil, 13 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

21h
GARAPA - José Padilha (Brasil, 110 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

10/10 - sábado

13h
TAMBORES DE ÁGUA: UM ENCONTRO ANCESTRAL - Clarissa Duque (Venezuela / Camarões, 75 min, 2008, doc)
ALÉM DE CAFÉ, PETRÓLEO E DIAMANTES - Marcelo Trotta (Brasil, 15 min, 2007, doc)
TARABATARA - Julia Zakia (Brasil, 23 min, 2007, doc)
Classificação indicativa: livre

17h
HISTÓRIAS DE DIREITOS HUMANOS – vários diretores (diversos países, 84 min, 2008, doc/fic)
Classificação indicativa: 16 anos

19h
BAGATELA – A NECESSIDADE TEM CARA DE CACHORRO - Jorge Caballero (Colômbia / Espanha, 74 min, 2008, doc)
MENINO ARANHA - Mariana Lacerda (Brasil, 13 min, 2008, doc)
MENINOS - Gonzalo Rodríguez Fábregas (Uruguai, 14 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

21h
ENTRE A LUZ E A SOMBRA - Luciana Burlamaqui (Brasil, 150 min, 2007, doc)
Classificação indicativa: 16 anos

11/10 - domingo

13h
O SIGNO DA CIDADE - Carlos Alberto Riccelli (Brasil, 96 min, 2007, fic)
OS SAPATOS DE ARISTEU - René Guerra (Brasil, 17 min, 2008, fic)
Classificação indicativa: 16 anos

15h
TRAGO COMIGO – Parte 1 (capítulos 1 e 2) - Tata Amaral (Brasil, 96 min, 2009, doc/fic)
Classificação indicativa: 16 anos

17h
TRAGO COMIGO – Parte 2 (capítulos 3 e 4) - Tata Amaral (Brasil, 96 min, 2009, doc/fic)
Classificação indicativa: 16 anos

19h
ESSE HOMEM VAI MORRER - UM FAROESTE CABOCLO - Emilio Gallo (Brasil, 75 min, 2008, doc)
CONTRA-CORRENTE - Agostina Guala (Argentina, 9 min, 2008, fic)
PARTIDA - Marcelo Martinessi (Paraguai, 14 min, 2008, fic)
Classificação indicativa: 16 anos

21h
O CAVALEIRO NEGRO - Ulf Hultberg, Åsa Faringer (Suécia / México / Dinamarca, 95min, 2007, fic) Classificação indicativa: 14 anos

* O formato de exibição dos filmes é DVCAM.

Esta postagem foi retirado do site:
http://www.cinedireitoshumanos.org.br/2009/index.php

Postado por:
Cláudio rogério
Bolsista do Núcleo NAVIS
DAN
UFRN

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

“TEMPORALIDADE PESQUEIRA E ESPAÇOS FEMININO E MASCULINO EM GANCHOS”




Rose Mary Gerber*
Por: Claudia Juliette*

Neste trabalho, a autora desenvolve cinco tópicos sobre a apropriação dos espaços e papéis femininos e masculinos, bem como a negociação existente entre eles, tendo como objeto a comunidade pesqueira de Ganchos. Reconstrói o imaginário que permeia a temporalidade da comunidade, em ritmos de calmaria e agitação, chegada e partida.
A realidade de Ganchos é relacionada à pesca, seja artesanal ou industrial. A vida dura da pesca acaba por construir ideais de gênero na comunidade pesqueira, sendo a figura masculina admirada por sua virilidade em frente às adversidades do trabalho no mar, e a feminina como a mulher reclusa que fica a espera de seu marido, assumindo todas as responsabilidades do lar em sua ausência.
A autora deixa claro uma divisão social/sexual dos espaços, criando uma visão de gênero estratificada do mundo, atividades e espaços bem definidos à homens e mulheres. O espaço feminino é o da casa, meio que assegura a honra feminina. Ao homem caberia o espaço da rua, onde ocorre sua socialização com os companheiros. Desde cedo esta ambivalência espacial x sexual é convencionada nos indivíduos, o menino aprende os segredos do trabalho que proverá sua futura família, em contrapartida, a menina é instruída para realizar as atividades domésticas e serviços. Ainda que as mulheres tenham participação no ofício da pesca, através do trato do pescado, não possuem reconhecimento na profissão, por não serem elas as desbravadoras marítimas. O universo feminino seria o âmbito do lar, o masculino do mar.
Traçando um paralelo com o Trabalho etnográfico da pesquisadora Carmem Rial (1991), a sociedade é apresentada como produtora do espaço, e este por sua vez, modelador da sociedade.
“A sociedade é produto simbólico, mas o simbólico é produtor do social.”
(Lévi-Strauss)
Além das diferentes apropriações do espaço, há também maneiras distintas, segundo cada gênero, de identificação com o ritmo em Ganchos. Quando os homens estão embarcados, a comunidade fica no ritmo calmo, as mulheres ocupam-se de seus afazeres, tanto as atividades domésticas, quanto os serviços que cabem aos homens (já que estão na ausência destes), período de celibato e esquecimento sexual, devido à ausência de seus maridos.
Em contrapartida, este é o momento de agitação dos homens, que vão à busca do sustento da família lutar contra as adversidades do mar. É hora se sua afirmação pessoal, em quanto homem, enquanto chefe da família.
Quando os homens regressam, ocorre uma inversão rítmica, é hora das mulheres estarem agitadas com a chegada, preparando recepção e as festividades, passam a exercer as ditas “atividades femininas”, e dão licença para que a presença masculina realize também seus ofícios em casa, provendo sua mulher e filhos, realizando a manutenção da estrutura doméstica. É chegado o tempo da calmaria masculina, o descanso dos turbilhões marítimos, o momento de sociabilidade com os colegas pelas ruas de Ganchos, os “heróis” regressam ao lar.
Desse modo apresenta-se à vida em Ganchos, oscilações rítmicas e espaciais, temporalidade fásica como os elementos cósmicos, girando a vida dos Gancheiros, e permitindo a nós, observadores dessa realidade, o espetáculo extraordinário de manifestação dos ciclos da vida.


*Rose Mary Gerber é Mestre em Antropologia Social pela UFSC-Universidade Federal de Santa Catarina, trabalha com populações tradicionais, destacando-se as comunidades indígenas e pesqueiras.
* Cláudia Juliette é participante do Núcleo NAVIS e estudante de graduação do curso de Ciências sociais.


Referências:

GERBER, Rose Mary. "Temporalidade pesqueira e espaços feminino e masculino em Ganchos". In: pesca e turismo: Etnografias da globalização no litoral do Atlântico Sul/ (ORG) Carmem Rial e Matias Godio, Florianópolis: NUPPE/CFH/UFSC, 2006. p. 113-128.


Postado por:
Claudia Julitte
DAN
UFRN

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Exposição fotográfica no REA - Antropologia Visual.

Durante os eventos realizados no REA 2009, o NAVIS expôs fotografias, referente, aqueles que fazem ou fizeram trabalhos de campo entre 2007 e 2009. Graduandos e pós Graduados fizeram-se presente expondo sua visão de campo.
Alguns baners homenagearam Mário de Andrade e Cascudo. As fotografias foram resultados de sua visita ao Estado do Rio Grande do Norte, em especial a cidade de Natal.


PAINEL: cláudio Rogério. fotos referente a pesquisa de campo em uma comunidade de Pesca no RN.



Postado por:

Cláudio Rogério

Bolsista do Núcleo NAVIS

DAN

UFRN

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

REA - II REUNIÃO EQUATORIAL DE ANTROPOLOGIA - UFRN. CLIK SOBRE A IMAGEM PARA VISUALIZAR.



GT 09 - Antropologia, Natureza e Populações Tradicionais.
Local: Sala F 3, Setor II, CCHLA (20 e 21 de agosto às 14 hs; 22 de agosto às 9 hs).
Coordenadores:
Francisca de Souza Miller (miller@ufrnet.br) – UFRN.
Rachel Rocha (rocharachel@hotmail.com) – UFAL.
Resumo: De que formas as apropriações dos espaços naturais e de seus recursos realizadas pelos mais variados tipos de sociedade vêm assumindo relevância na história da cultura e da disciplina antropológica? Este GT propõe divulgar pesquisas ou resultados de análises relativos não só a esse processo, mas aos de utilização do espaço procurando contemplar os seguintes enfoques: rever a questão à luz dessa área da disciplina e dar conhecimento do que se está estudando, avaliando e identificando em tempos de desenvolvimento sustentável, de movimentos ecológicos e de impactos de novas práticas e de novas formas de ocupação e interpretação do espaço, seja no nível da provisão da subsistência – como no caso de comunidades de camponeses e de pescadores, tanto marítimos quanto ribeirinhos – seja no do desenvolvimento de políticas propostas ou já em andamento nas áreas em questão. Assim, estaremos discutindo um escopo muito amplo relativo à questão do espaço, compartilhando estudos e projetos relativos às comunidades tradicionais brasileiras, seus movimentos e suas estratégias, tanto as tradicionalmente utilizadas quanto as novas, suscitadas por formas de apropriação tais como o turismo, a construção de portos e estradas; ou, ainda, pela apropriação de paisagens e cenários por parte da publicidade, da propaganda, da especulação imobiliária e outras formas de exploração como novas tecnologias de pesca, a aqüicultura e a carcinicultura.

Postado por:

Cláudio Rogério
Bolsista do Núcleo NAVIS
DAN
UFRN

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Trabalhos Cadastrados no GT 6 - Arqueologia no RN: Balanço e Perspectivas

XVII SEMANA DE HUMANIDADES

Sessão (1) 04/06/2009 Sala A4 do Setor II

GT 06

Este GT-qe será apresentado na XVII Semana de Humanidades-tem por objetivo reunir os pesquisadores que desenvolvem ou desenvolveram estudos e pesquisas em arqueologia no Rio Grande do Norte. Objetivamos estabelecer vínculos entre pesquisadores que se têm dedicado a estudos na área, mas que vem desenvolvendo suas pesquisas individualme. Desejamos ainda estabelecer diretrizes para delinear as relações entre os povos do passado pré-histórico, histórico e atual. Estudos e projetos relativos à arqueologia do nosso estado serão bem vindos. Assim, gostaríamos de medir o estado da arte dos estudos arqueológicos nesse setor e traçar novas perspectivas de estudos interinstitucional e interdisciplinar.

1- Título: Arqueologia no RN: uma Perspectiva
Apresentador 1: T. O. Miller
Departamento/Instituição: Antropologia, UFRN
E-mail: tomiller@bol.com.br

Resumo
A Arqueologia no Rio Grande do Norte começou tarde, como na maior parte do País. Os indícios mais antigos que temos são antigos relatos de viagens, e temos também levantamentos históricos de dados. Na década de 1960 o Instituto de Antropologia, agora Museu “Câmara Cascudo”, iniciou uma série de trabalhos geológicos e paleontológicos sob a direção de José Nunes Cabral. Durante este período, o Nássero Nasser, da equipe do Instituto, entrou no programa da PRONAPA. Depois que ele saiu do programa, outros arqueólogos chegaram ao Museu. Trabalhos foram feitos em sítios nos municípios de Angicos, Martins, Jucurutu e Macaíba. Em seguida o MCC foi chamado para montar um projeto de Arqueologia de Salvamento na área de construção da barragem no Vale do Açu. Também no Museu, houve um Curso de Especialização em Arqueologia, a escola de campo sendo feito no Mun. de Georgino Avelino. Na década de 1990, houve uma movimentação no Estado por causa da destruição de pinturas rupestres em áreas de calcário, tais como Soledade (Mun. de Apodi) e no Seridó. Ao mesmo tempo, o geólogo Eduardo Bagnoli, da PETROBRÀS, começou a publicar as suas observações de material arqueológico na região, também se interessando pela Soledade. Com a orientação de Bagnoli, cidadãos da região de Apodi criaram uma fundação para conseguir a preservação dos sítios pela participação do próprio povo que antes minava o calcário, financiada através do Eco-turismo arqueológico. Nesse período, foi inaugurado o Laboratório de Arqueologia da UFRN, que também participou em Soledade e no litoral, enquanto a equipe de Gabriela Martin, da UFPE, começou a se interessar no problema da destruição das pinturas rupestres da região do Seridó, iniciando trabalhos arqueológicos e criando uma fundação para educação patrimonial e eco-turismo arqueológico. Durante este tempo a Coleção Mossoroense publicou trabalhos de diversos estudiosos. Somente agora estamos com o começo de estabelecimento da Arqueologia em outras instituições do Estado: a Universidade Regional do Rio Grande do Norte, em Mossoró e o Campus de Caicó da UFRN.

2- Título: Pesquisas arqueológicas realizadas em Carnaúba dos Dantas, sertão do Seridó: um balanço
Apresentador 1: Helder Alexandre Medeiros de Macedo
Departamento/Instituição: Doutorado em História/UFPE
E-mail: heldermacedox@gmail.com

Resumo
Este trabalho tem como objetivo proceder a uma revisão crítica das pesquisas realizadas em Carnaúba dos Dantas, município localizado na região do Seridó norte-rio- grandense, a fim de compreender como os pesquisadores e mesmo a comunidade foram apercebendo-se da presença e importância do patrimônio arqueológico local. De maneira didática podemos dividir as pesquisas arqueológicas feitas em Carnaúba dos Dantas em quatro grupos: a iniciativa do autodidata José de Azevêdo Dantas nos anos 20, as pesquisas desenvolvidas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN); as pesquisas sistemáticas realizadas pelo Núcleo de Estudos Arqueológicos da Universidade Federal de Pernambuco/Fundação Seridó e, por fim, as iniciativas locais. Essa revisão crítica se faz necessária considerando que, paralelamente à constatação de um rico e diversificado patrimônio arqueológico no território local, percebemos, também, que esse mesmo conjunto monumental vem sofrendo intervenção, nos últimos anos, por parte de turistas e visitantes fortuitos.

3 - Título: Pré-história do Seridó: perspectivas para o estudo dos registros rupestres
Apresentador 1: Marcia Severina Vasques
Departamento/Instituição: DHG/CERES/UFRN
E-mail: marcia-vasques@uol.com.br

Resumo
A região do Seridó possui importantes vestígios da ocupação pré-histórica no nordeste do Brasil - a grande quantidade de material lítico e cerâmico e a existência de pinturas e gravuras rupestres demonstram que o território foi densamente povoado em épocas remotas. No entanto, apesar de a pesquisa arqueológica ter avançado nos últimos anos, ainda são poucos os trabalhos realizados, tendo em vista a grande quantidade de sítios arqueológicos na região. Propomos apresentar algumas discussões surgidas a partir do projeto de pesquisa “Gravuras rupestres do Seridó Potiguar”, desenvolvido no CERES – Centro de Ensino Superior do Seridó/UFRN, buscando novas diretrizes para o estudo dos registros rupestres na área delimitada.

4 - Título: Pré-História Potiguar: Um olhar sobre a arte rupestre do Seridó
Apresentador 1: Uriel Diêgo dos Santos
Departamento/Instituição: DHG/CERES/UFRN
E-mail: urielufrn@yahoo.com.br
Orientador: Drª Márcia Severina Vasques

Resumo
Em meio a um contexto de novos estudos e desafios enfrentados durante a construção dos conhecimentos em Arqueologia, o presente trabalho visa apresentar, a partir de uma análise teórico-metodológica, os registros rupestres da região Seridó no Estado do Rio Grande do Norte, enquanto um sistema de comunicação e linguagem. Para tanto, realizamos um levantamento bibliográfico de textos que tratam do assunto e fizemos visitas no âmbito em que se desenvolve a pesquisa. Além de expor a riqueza temática das pinturas e gravuras presentes na arte rupestre do Seridó Potiguar, através de um estudo sobre os registros arqueológicos encontrados nessa região do território potiguar, visto que percebemos a arte rupestre como mais uma possibilidade de registro arqueológico, um documento (material e imaterial) que deve ser preservado. Palavras-Chave: Arqueologia – Arte Rupestre – Seridó Potiguar.

5 - Título: Pré-História do Seridó Potiguar: arte rupestre em Caicó e Timbaúba dos Batistas
Apresentador 1: Herbson de Assis Castro
Departamento/Instituição: UFRN
E-mail: herbsondeassis@yahoo.com.br
Orientador: Dr. Márcia Severina Vasques

Resumo
O presente trabalho aborda a questão da pré-história do Seridó Potiguar, precisamente na Gruta da Caridade em Caicó e Sítio Pintado em Timbaúba dos Batistas, municípios estes localizados na região Seridó do Rio Grande do Norte. Com o trabalho bem estruturado poderemos alcançar um número expressivo de dados em relação à presença de pinturas e gravuras em nossa região. Em ambas a cidades citadas existem pinturas e gravuras espalhadas por algumas localidades, as quais não foram alvo ainda de uma pesquisa sistemática proveniente do meio acadêmico. E muitos dos registros presentes nesse local já foram alvos de ações depredatórias. No tocante às áreas onde se encontram as pinturas de Timbaúba dos Batistas as mesmas em quase sua totalidade estão em terras particulares, e muitas são depredadas por causas naturais ou pela própria ação dos vândalos como também dos donos da terra. Diante disso, temos o intuito de desenvolver um “banco de dados” para termos uma estimativa deste acervo rupestre regional e também para que este se constitua num suporte para futuros estudos e que esses registros não correrão o risco de desaparecer da história, pois estão registrados em documentos. Partindo desse princípio e com coleta de registros dessas localidades temos condições de realizar comparações com os tipos de representações desses sítios com outros presentes em diversos sítios da região. Realizaremos a prospecção na área desejada e a fim de colher informações a partir da superfície, ou seja, análise geográfica do terreno/ambiente onde está inserido o registro rupestre. Serão disponibilizados instrumentos para auxiliar o processo de pesquisa, como o uso da máquina fotográfica para registrar pinturas e gravuras locais, e o aparelho GPS nos ajudará com o estabelecimento da localização exata da área onde se situam os registros almejados pela pesquisa. Então, com esse trabalho poderemos documentar essas pinturas e gravuras rupestres em documentos em que servirão como fontes. Com esses registros já coletados faremos comparações, ou seja, compara-se o tipo de representação coletada nesses sítios com outros presentes em municípios próximos.

6 - Título: As gravuras rupestres da região Oeste do Rio Grande do Norte
Apresentador 1: Valdeci dos Santos Júnior
Departamento/Instituição: História-Mossoró/UERN
E-mail: valdecisantosjr@ig.com.br

Resumo
As gravuras rupestres aparecem em todas as regiões geográficas do Rio Grande do Norte apresentando diversas formas de apresentação cenográfica, temáticas e técnicas de execução. Nas técnicas de execução empregadas na criação dessas gravuras, podem ser observadas diferentes variações que guardam relação direta com o contexto geoambiental existente e os tipos de suportes geológicos disponíveis em cada região. As gravuras foram elaboradas predominantemente em formações rochosas próximas a cursos d’água, tais como, no leito e nas margens de rios, olhos d’água, caldeirões, pequenos riachos e tanques naturais; apenas uma pequena parte aparece longe da água em blocos rochosos isolados em planícies ou em semiabrigos no alto das serras. Na região Oeste do Rio Grande do Norte ela adquirem variações e posturas temáticas que induzem a pensar em grupos pré-históricos de grande mobilidade, que utilizavam esses suportes de forma temporária ou permanente, para expressar uma pequena parcela de seu sistema simbólico. Os resultados preliminares apontam para temáticas e técnicas de execução voltadas também para elaboração de motivos naturalistas, evidenciando parte da fauna regional principalmente para a elaboração de grafismos puros, mas também para visualização de motivos naturalistas evidenciando parte da fauna pretérita e determinadas posturas individuais dos grupos humanos.

Sessão (2) 05/06/2009

7 - Título: Usos da Arqueologia na Sala de Aula
Apresentador 1: T. O. Miller
Departamento/Instituição: Antropologia, UFRN
E-mail: tomiller@bol.com.br

Resumo
No presente artigo, o autor, como arqueólogo antropológico e sistêmico, começa por definir os campos de atuação da Arqueologia, com as suas possibilidades e limitações e com a sua importância em relação à nossa memória social futura, pois as soluções para o futuro têm que levar em conta a experiência do passado. Isto é relevante porque o Homem não tem se modificado, geneticamente, de nenhuma substancial durante os últimos 50.000 anos. Discute a natureza social do Homem e os seus métodos de adaptação e co-participação em relação ao ambiente, a luz de conhecimentos arqueológicos, etnográficos e históricos. Compara a nossa atuação em relação aos mesmos ambientes com a de outros povos do passado e do presente. Examina comparativamente, também, os trajetos de diversos povos, bem ou mal sucedidos, em relação a problemas que nos enfrentamos hoje, abrindo novas perspectivas sobre o presente e o futuro. Mostra também onde a Arqueologia pode oferecer certa profundidade temporal em relação aos contextos vistos no “presente etnográfico”, inclusive as limitações de certas conclusões tiradas dos dados etnográficos no passado, os quais passaram ao conhecimento geral sem serem contestados. Depois considera casos no passado onde os povos enfrentaram e se sucumbiram a problemas, semelhante aos que enfrentamos hoje, com idéias semelhantes às dos povos em questão e sem saber desses acontecimentos do passado. Em seguida, o autor examina diversas situações de sala de aula onde as lições da Arqueologia servem no ensino não só da História, mas, também, de situações práticas de metodologia científica. Finalmente, usa dados fornecidos conjuntamente pela Arqueologia e outras ciências, numa abordagem transdisciplinar, para situar questões “quentes” dos nossos tempos, tais como os conceitos de Tempo, de Sobrevivência e Maximização e, ainda, de Progresso, tudo a luz de outros pontos de vista derivados da experiência de outros povos.

8 - Título: A pré-história do Seridó no ensino básico público
Apresentador 1: Evanuel Marques da Silveira
Apresentador 2: Gilmara Pereira da Costa
Departamento/Instituição: UFRN
E-mail: evanuelmarques@yahoo.com.br
Orientador: Márcia Severina Vasques

Resumo
O objetivo do presente trabalho consiste em apresentar uma análise acerca do ensino de Pré-história no sexto ano do Ensino Fundamental. Pretendemos, com isso, observar como os conteúdos referentes à Pré-história do nordeste e, em especial, os estudos arqueológicos da região do Seridó (ou da arte rupestre presente no Seridó) estão inseridos (ou não) no conteúdo da disciplina - História. Tal trabalho constitui uma etapa de um projeto mais amplo do grupo de estudo em arqueologia intitulado “Arte rupestre no Seridó Potiguar”, que visa realizar oficinas em escolas públicas acerca da temática. Para tanto, parte-se da justificativa de que, sendo de suma importância para as pesquisas arqueológicas a sua divulgação, constitui-se o ensino básico importante meio para efetivá-lo, bem como para conscientizar a comunidade de sua importância. Nesse sentido, a pesquisa partirá de um arsenal teórico-prático que permita a sua efetivação: aplicação de questionários aos alunos e professores das escolas delimitadas (a saber, da cidade de Caicó); exame dos livros didáticos utilizados nas respectivas escolas, bem como outros meios propostos; apoio teórico de autores como Funari, entre outros.


9 - Título: RESQUÍCIOS MATERIAIS DAS CONSTRUÇÕES DE SOCIEDADES NÃO-IBÉRICAS NO RIO GRANDE DO NORTE DURANTE OS SÉCULOS XVI E XVII
Apresentador 1: Victor Manoel Ribeiro Fonseca Peixoto
Departamento/Instituição: CCHLA/UFRN
E-mail: victormrfp@hotmail.com
Orientador: Walner Barros Spencer

Resumo
Esta comunicação tem como objetivo analisar a contribuição da Arqueologia para o desenvolvimento da ciência histórica. Aqui, trata-se o início da história do Rio Grande do Norte, o período colonial, ressaltando o aspecto material da ocupação das sociedades não-ibéricas – francesa e holandesa – que aqui estiveram durante os séculos XVI e XVII, respectivamente. Analisa-se, através da leitura e interpretação historiográfica de fontes escritas (dentre as quais, obras coevas à época, como o Tratado Descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa), onde provavelmente se encontram os vestígios materiais da ocupação dessas sociedades, onde se instalaram, os locais que ocuparam, onde viveram e atuaram, e como atuaram durante sua permanência na então Capitania do Rio Grande, sem deixar, no entanto, de analisar como tais episódios aconteceram, seus antecedentes, e os fatores que os levaram a acontecer. Houve, de fato, larga ocupação e exploração do que hoje é o estado do Rio Grande do Norte, por parte das sociedades européias não-ibéricas aqui enfocadas. Suas excelentes condições geográficas naturais permitiram a exploração e o conhecimento da terra, assim como sua exploração econômica em dois momentos, que no contexto estudado (as Grandes Navegações e suas conseqüências na Europa dos séculos XV, XVI e XVII) era de sumo interesse às potências então emergentes na Europa.

10 - Título: MALEMBAR – Margem de caminho colonial
Apresentador 1: Jéssica Bezerra da Silva
Apresentador 2: Henrique Júnior
Departamento/Instituição: henrique.erebus@hotmail.com
E-mail: leka.jbs@gmail.com
Orientador: Walner Barros Spencer

Resumo
O trabalho é parte de um projeto desenvolvido pela SONARQ – Sociedade Norte-Rio-Grandense de Arqueologia e Meio Ambiente e o Natal Land Clube, que estão identificando, reconhecendo e e transferindo dados dos mapas de George MarcGrave para os planos cartográficos modernos. A praia de Malembar, situada na margem esquerda da desembocadura da atual Lagoa de Guaraíras, margeava a antiga trilha colonial que levava do vale do Cunhaú até as alturas de Papary, hoje Nísia Floresta, e dalí para o rio Jundiay, ou, com maiores dificuldades, para a região de Natal e arredores. A extensão litorânea dessa praia apresenta uma planície arenosa, delimitada ao oeste, entre o mar e a lagoa, de dunas elevadas, mas não abruptas. Nela restaram diversos vestígios de populações indígenas de variadas extrações culturais, tanto representadas por vestígios de indústria lítica de lascas, quanto de produtores de cerâmica, advindo de grupos horticultores, bem como de artefatos de pedra polida. Aparecem também concentrações de restos materiais europeus do século XVIII e XIX, isolados ou em mistura com os restos indígenas, demonstrando lugares de acampamentos de viajantes, ou de pescarias, ou apontando para sítios de contato inter-étnico. O trabalho pretende documentar fotograficamente os materiais arqueológicos tendo em vista que a especulação imobiliária os ameaça, e também assegurar a exata posição dessas concentrações, no objetivo de preservar o conhecimento desses dados antes que desapareçam.

11 - Título: Arqueologia e Etnografia
Apresentador 1: Francisca de Souza Miller
Departamento/Instituição: Antropologia/UFRN
E-mail: fransmiller56@yahoo.com.br

Resumo
A presente comunicação pretende relatar certas experiências com estudos em comunidades tradicionais no interior do Rio Grande do Norte e chamar atenção para as vantagens de tais procedimentos para futuros estudos etnográficos. Ao longo de nossas pesquisas com comunidades de pesca e uma de quilombolas nos deparamos com vestígios arqueológicos (cacos de cerâmica, conchais, canoa ubá entre outros objetos materiais) e com alguns relatos das populações locais de que estes remontam seus antepassados. Em Patané/Camocim no município de ares, observamos cacos de “louça”(cerâmica) que de acordo com T. Miller, pertencem às tradições tupiguraraní e neo-brasileira. Havia uma aldeia indígena nas proximidades da lagoa Guaraíras que de acordo com Nestor Lima, teria sido formada por casais das aldeias Potiguara da região do rio Jacú, como a aldeia Jacumaúma. De acordo com um informante (durante uma pesquisa em 2003), seu avô que era índio contava que havia uma aldeia indígena situada próximo à lagoa ao lado dos mananciais de água doce. No citado município tinha uma missão jesuíta e uma feitoria holandesa. Perto de lá em Georgino Avelino, foi encontrado os restos arqueológicos de uma aldeia Tarariú em contato com holandeses. Na comunidade quilombola de Capoeira, no município de Macaíba, vários moradores comentaram acerca de uns cacos de “panela” encontrados nos seus roçados, que dizem ser dos Tapuias. Os indícios arqueológicos podem nos ajudar a compreender as formas de ocupação do território e possivelmente nos dar uma idéia sobre a antiguidade da relação da população com o território.

12 - Título: ESTUDO DA COLEÇÃO POLIDA DO MUSEU CÂMARA CASCUDO/UFRN
Apresentador 1: CAMILA ALVES DUARTE
Apresentador 2: ILDEGARDE ELOUISE ALVES
Departamento/Instituição: ARQUEOLOGIA/MCC
E-mail: Ildegarde_Elouise@hotmail.com
Outros Co-autores: ÁGUIDA GABRIELA BELCHIOR DA SILVA
Orientador: LUIZ DUTRA DE SOUSA NETO

Resumo
O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados preliminares do projeto de pesquisa "Estudo da Coleção Polida do Museu Câmara Cascudo/UFRN", desenvolvido pelo Departamento de Arqueologia desta instituição. Com isso, o projeto procura demonstrar o potencial informativo que o acervo possui contribuindo para o conhecimento arqueológico do Estado. A procedência deste material é bastante variada, sua aquisição se deu através de doações, coleções particulares ou descobertas isoladas, e por meio de pesquisas. Esta situação ocasionou também uma variação de registro referente as peças, em muitos casos não havendo a identificação da procedência, do doador etc. Desta forma, através deste estudo buscamos resgatar a coleção polida desta instituição.

13. PERSPECTIVAS HISTÓRICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA: ARQUEOLOGIA HISTÓRICA EM TERRAS POTIGUARES.
Apresentador 1: Roberto Airon Silva
Departamento/Isntituição: Depto de História/ CCHLA
E mail: robertoairon@yahoo.com.br
Doutorando PPGCS/UFBA

Resumo
O crescimento da arqueologia histórica nos diversos contextos sócio-políticos dos países sul-americanos nos ultimos vinte anos, fez surgir uma variada gama de possibilidades da pesquisa em arqueologia das sociedades modernas. Estes desafios se estendem desde a pesquisa de campo ao trabalho em sala de aula com alunos de graduação e orientação de trabalhos científicos. Aliada às dificuldades econômicas históricas nos países da América Latina, outros fatores também contribuiram para o atraso no desenvolvimento desta linha de pesquisa arqueológica no Brasil e consequentemente, no Rio Grande do Norte. Este trabalho pretende mostrar a partir de resultados de projetos de pesquisa e da experiencia docente em arqueologia no estado, quais os principais elementos que permitem visualizar os rumos da arqueologia histórica em território potiguar.
Postado por:
Cláudio Rogério
Bolsista do Núcleo NAVIS
DAN
UFRN
participante do GT.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Metodologias na Pesquisa de Campo

A metodologia aplicada à obtenção de dados etnográficos e etnobiológicos é ou deveria ser um aspecto bem definido no treinamento do antropólogo. Obviamente, para qualquer pessoa interessada em etnobiologia, o ideal seria conhecer a teoria antropológica e biológica e os métodos de pesquisa de campo. Para os que desejam realizar pesquisas em etnobiologia, mas que possuem pouco ou nenhum treinamento na matéria. Apresento abaixo a lgumas sugestões apontadas dentro da obra de Posey.
O maior problema com que se defronta qualquer investigador - inclusive antropólogos experimentados - ao lidar com outras culturas; é impor, inadvertidamente, suas próprias idéias e categorias culturais a seus informantes ou consultores culturais. Formas não-verbais de comunicação – tais como reações de descrença ou reprovação – prejudicam ou limitam a aquisição de dados por parte do pesquisador. É essencial estabelecer o tom necessário a um relacionamento compartilhado entre iguais, ao invés de uma doação de informações a um índio, tido como menos dotados intelectualmente. Este é o maior pecado de um verdadeiro cientista.
Questionar, pura e simplesmente, conduz à inibição do fluxo de informações por parte do informante. De um modo geral, quanto mais aberta a pergunta, isto é, menos restritiva, maior é a liberdade deixada ao informante para responder segundo sua própria lógica e conceitos, pois, quanto menos perguntas, melhor é. Recomenda-se, por isso, uma metodologia geradora de dados na medida em que o informante propõe tópicos e explicações correm-se menos riscos de prejudicar a informação.
Quando se utiliza o método do questionamento, deve-se começar por mostrar um objeto e dizer simplesmente: “fale-me sobre isso”. Formulada dessa maneira, a pergunta evita o uso de um nome para uma categoria de objetos que podem ou não ter nomenclaturas tribais. “o que pode me dizer sobre arbustos” seria uma pergunta simplista, porque presume uma categoria de planta de nível intermediário, que não possui designação própria em muitas línguas.
Para obter e completar dados, o pesquisador pode selecionar palavras empregadas pelo informante, a partir das respostas iniciais. Quando o pesquisador impõe ou introduz conceitos não obtidos, não pode estar seguro de que as repostas exprimem a realidade da cultura em questão, ou simplesmente o desejo do informante agradar seu hóspede. Assim sendo, deve-se evitar todo o esforço para formular perguntas despidas o mais possível de conceitos etnocêntricos.
Uma das grandes desvantagens dos pesquisadores de campo é que já trazem suas hipóteses de pesquisa totalmente formuladas. Muitos dados podem ser obtidos nestas condições, mas estas questões preconcebidas raramente refletem a lógica e a realidade internas de uma cultura, a não ser a própria. É perfeitamente aceitável, evidentemente, ir ao campo com a intenção de coletar plantas. Se ao fazer a coleta o pesquisador descobre que existe uma categoria de planta medicinal na cultura em questão, nesse caso – e só em função disso – pode dispor-se a estudar esse tipo de planta. Ao surgir, dentro da categoria de plantas medicinais, a variedade plantas anticoncepcionais, é legítimo que o pesquisador se entregue a seu estudo. Caso plantas de fertilidade sejam co-denominadas pelos índios como anticoncepcionais, é lícito que o pesquisador postule uma categoria de “plantas relacionadas à fertilidade sexual humana”. Não é cabível fazê-lo, no entanto, se esta ligação não for explicitamente formulada pelos informantes. A ausência desse vínculo, ou sua negação por parte do informante, não invalida o fato de estarem as duas categorias relacionadas em nossa lógica científica. Os índios podem ligar fertilidade com anticoncepção a várias outras condições humanas, alargando, desse modo, a visão do pesquisador para as propriedades inter-relacionadas da fisiologia humana e para as propriedades medicinais de certas plantas. É essencial confiar nos informantes para que estes conduzam o pesquisador ao longo das trilhas da investigação deles.

Referência:
POSEY, Darrel A."Etnobiologia: Teoria e pratica". In: Suma Etnologia Brasileira. Berta G. Ribeiro (coord.. Edit. Universitária-UFPA. Belém.1997. p. 1-15.

Resumo postado por:
Cláudio rogério
Bolsista do Núcleo NAVIS
DAN
UFRN
claudiopotiguarrn7@hotmail.com

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